Em algumas regiões do
Brasil, é comum que pessoas saiam às ruas para distribuir doces e brinquedos
para crianças no dia 27 de setembro. É quando se comemora o dia de São Cosme e
Damião. Eles são conhecidos como os protetores dos farmacêuticos, dos médicos,
dos gêmeos e também das crianças.
Há muito tempo, havia
uma senhora sem filhos. Vivia cercada de riqueza, mas sentia falta da alegria
das crianças. Durante um ano, nos dias pares, ela subiu a uma montanha e fez
orações pedindo a Deus a graça de ter filhos. Seu desejo foi realizado e, no
dia 27 de setembro, nasceram dois meninos gêmeos idênticos, a quem ela chamou
de Cosme e Damião.
Aos 7 anos, Cosme e
Damião já exerciam a medicina e faziam muitas curas. Não cobravam para atender
os doentes e ofereciam doces para diminuir a tristeza deles. Certo dia, o filho
do imperador ficou doente e foi desenganado pelos médicos do reino. Sabendo que
o menino ia morrer, o rei mandou que seus soldados fossem buscar Cosme e Damião.
Os soldados acharam os dois médicos vestidos com uma roupa muito linda, azul e
cor de rosa, com algumas folhas de palmeira na mão. Imediatamente levaram os
gêmeos até o imperador. Cosme e Damião conseguiram o que parecia impossível,
devolveram a saúde ao menino.
Depois da cura, o
imperador ordenou aos jovens que usassem seus dons apenas para ele que o
adorassem como um deus. Cosme e Damião responderam que só reconheciam Jesus
Cristo como Deus e que seus conhecimentos eram para ajudar o povo.
O rei não gostou da
resposta e mandou torturar os médicos, para que negassem sua fé. Como isso não
aconteceu, ordenou que os dois fossem decapitados. A mãe dos gêmeos ergueu um
altar em casa em homenagem aos seus filhos, enfeitando com flores e doces. As
pessoas doentes que iam visitar o altar ficavam boas e, assim, Cosme e Damião
se tornaram santos.
Essa história foi
contada por Dona Zezinha, uma mãe de santo (sacerdotisa) do candomblé. – Fonte:
Folha de São Paulo – 27/09/2013