5ª Aula - G U I A S E S P I R I T U A I S



Ao contrário dos Orixás que nunca se incorporam na Terra, as Entidades Espirituais, também chamadas Guias Espirituais, por suas vezes, têm a faculdade e o dom de incorporar no ser humano, através dos médiuns desenvolvidos.
Os Guias Espirituais de Umbanda são seres de Luz dispostos a nos guiar durante uma ou mais encarnações, orientando, intuindo, auxiliando e protegendo. Tudo a fim de nos ajudar a cumprir os objetivos traçados antes do nosso reencarne e sempre em prol da nossa evolução espiritual, conforme as nossas reais necessidades evolutivas e o nosso merecimento. Trabalham sempre nas curas, na desobsessão, na tranquilização dos filhos acometidos de problemas inquietantes, assim como na abertura e proteção de nossos caminhos. Via de regra estas entidades são chamadas à Terra pelos pontos cantados e ao som de atabaques, o que acontece na maioria das Casas Espíritas, especialmente nos Centros de Umbanda e Candomblé.
Todos nós temos Guias Espirituais, independente da nossa religião, variando apenas a denominação que as religiões dão a esses abnegados benfeitores.
EMMANUEL disse: “A mesma bondade infinita que nos socorre nos santuários espírita-cristãos, é a mesma que se expressa nos Templos de outra feição interpretativa da Divina Idéia de Deus”.
Portanto, um Guia Espiritual é sempre, e por definição, mais elevado do que os médiuns e aqueles a quem veio orientar e amparar.
Na Umbanda, os Guias são espíritos humanos que passaram por várias encarnações, buscando conhecimentos e utilizando-os sempre para o bem, assim adquirindo sabedoria e merecimento perante o Criador e as Leis da Criação. Por trás desses modelos criados (roupagem) e suas formas plasmadas, vamos encontrar espíritos e seres de variados graus de conhecimento e evolução, e que continuam estudando, trabalhando e se aprimorando, pois prosseguem nas suas evoluções.
Os Guias de Umbanda não “exibem” seus títulos, dons e conhecimentos. Têm o ideal de ajudar aos irmãos necessitados e se enfileiram nas diversas Linhas de Trabalho da Umbanda, manifestando-se com as características dos respectivos arquétipos. Por terem alcançado certo grau de desenvolvimento, mostram-se através dos médiuns com determinada forma plasmada, ou seja, moldam seus corpos espirituais com suas aparências. Usam o modo de falar, o gestual e os elementos característicos da Linha que representam, porque estão autorizados a fazê-lo.
Muitas vezes deixam de lado nomes ilustres que tiveram em determinada encarnação, para apresentar-se com o nome genérico da Linha, numa forma silenciosa e profundamente bela de nos ensinar o desapego e a fraternidade.
Também chamada de Povos da Umbanda, as Linhas de Trabalho da Umbanda foram idealizadas no Astral Superior por seres de grande elevação moral e espiritual. O objetivo das Esferas Elevadas era socorrer a humanidade, que vinha atravessando períodos de atraso e negatividades como escravizando seus irmãos por conta de ambições e preconceitos injustificáveis; pela cobiça e o apego material excessivos; por atos de crueldade e desprezo aos valores espirituais.
Cada Linha recebeu grupos de seres e espíritos afins, já portadores de um determinado grau de elevação espiritual, que os habilitavam a atuar em áreas especificas. Com o tempo, outros seres e espíritos foram e continuam sendo admitidos, aumentando os seus quadros e potencial de ajuda.
Os Guias nos sugerem bons pensamentos, palavras e atitudes, inspirando-nos sempre para a prática do bem. Ouvem nossas queixas e nos estimulam a buscar soluções, sem deixar de trazer consolo e esperança para os nossos momentos de aflição.
Quando necessário falam com severidade e nos alertam para a necessidade de revermos e corrigirmos pensamentos e atitudes negativas que nos afastam do caminho da Luz.
Por sua elevação e nobreza, não ficam conosco durante todo o tempo. Até porque isto atrapalharia o nosso progresso espiritual. Não podem fazer por nós o que é tarefa nossa. Quando nos omitimos em buscar conhecimentos e soluções, ou quando insistimos numa conduta inadequada a nossa evolução, assumimos perante a Lei e a Justiça Divinas as conseqüências disso. E os Guias não podem interferir em nosso livre arbítrio. Depende de cada um de nós a busca e o desenvolvimento da fé, da autoconfiança, e da autoestima. Isto alcançaremos a partir do autoconhecimento e pela aquisição de sentimentos e pensamentos mais puros e de cultura nobre. Eles nos ensinam sem alarde, pelos seus exemplos de fé, paciência, humildade, dedicação, determinação, coragem, perseverança, carinho e tantas outras virtudes que já adquiriram através de suas evoluções.
Os Guias Espirituais das Linhas da Umbanda mais atuantes são: Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Malandros, Marinheiros, Sereias, Exus e Pombagiras.
Devemos amá-los, respeitá-los e compreender que não é tarefa deles nos carregar nos ombros e nem fazer “mágicas” que resolvam nossos problemas.
O compromisso dos Guias Espirituais perante o Divino Criador, a Lei e a Justiça Divinas é apenas o de nos orientar e estimular, para percebermos que nós mesmos somos capazes de desenvolver nossas potencialidades e, através delas, encontrar as soluções para as nossas dificuldades do momento.