6ª Aula - LINHA DE E X U S



Exus são espíritos humanos que tiveram várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser humano, mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei Divina, obtendo permissão para se assentarem à esquerda dos Orixás e trabalharem no auxílio à nossa evolução.
Eles atuam como Guardiões da Lei Maior. Absorvem e esgotam as negatividades dos seres que se desviaram das Leis do Criador, em qualquer dos Sete Sentidos da Vida. Depois, vitalizam as qualidades positivas destes seres e então os neutralizam, deixando seus magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução.
Os Exus são os Guardiões dos Sete Orixás Ancestrais, não no sentido de protetores dos Orixás, mas no sentido de “auxiliares diretos”.
Na Umbanda, em uma Linha à Esquerda dos Orixás, se apresentam os espíritos Exus, que receberam este nome porque trabalham na Força, no Poder e no Mistério, manifestando-se entre nós quando dão consultas, passes, fazem descarregos, cortam magias negativas, resolvem conflitos, problemas de emprego, etc, de seus consulentes.
Existem Exus trabalhando na irradiação de todos os Orixás e os seus nomes simbólicos indicam o campo de ação de cada um e onde devem ser oferendados. Alguns exemplos: Exu das Matas – irradiação de Pai Oxossi – recebe oferenda nas matas; Exu Caveira – irradiação de Pai Omulu – recebe oferenda no cemitério, num ponto à esquerda do Cruzeiro;
Exu do Lago - irradiação de Mãe Nanã – recebe oferenda nos lagos e lagoas;
Exu Porteira – irradiação de Pai Obaluaiyê – recebe oferenda à direita do Cruzeiro do cemitério. Lembrando que porteira significa portal, passagem.
Exu do Mar – irradiação de Yemanjá – recebe oferenda à beira-mar.
São os donos das Encruzilhadas. Encruzilhada que é o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes, tais como: matéria e astral; razão e emoção; luz e trevas; ou o encontro de dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu. Ele está em todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas na encruzilhada de rua, de terra, ou de mata, que no geral são o seu Ponto de Força. Todos os pontos que marcam a entrada e a saída de uma realidade são pontos de firmeza e de manifestação de Exu.
Exu é um “mensageiro” que leva os pedidos das pessoas aos Orixás e traz as respostas; é a grande “boca” pela qual os Orixás falam com os homens; é o primeiro a receber oferendas, a ser servido e despachado, para recolher as negatividades e levar embora os problemas e perturbações.
As entidades Exus atuam no Alto e no Embaixo, na Direita e na Esquerda, guardando e mantendo a Lei e a Ordem na Criação. No Embaixo, Exu leva Luz às trevas. Um Exu de Umbanda não é das trevas. Exu é ativo, mas também passivo e neutro. Guarda a quem faz por merecer o amparo da Lei Divina (atuação passiva). Mas também intervém como o executor da Lei contra quem viola as Leis do Criador, para esgotar suas negatividades (atuação ativa).
Exu não ataca a ninguém. Só intervém por um comando da Lei Maior, ou quando é ativado magísticamente. Nos trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada pela Lei Divina, é sempre para o bem.
Quando incorporam, os Exus são alegres, falantes, galhofeiros, sarcásticos, irônicos. Tudo isso faz parte do padrão marcante que assumiram na Umbanda. Sempre estão dispostos a ajudar a quem os procura.
Também atuam no campo da reprodução e da sexualidade, absorvendo os desequilíbrios e esgotando os vícios dos seres que se negativaram neste aspecto. Quando alguém recebe a energia irradiada por um Exu, sente-se vitalizado, forte, vigoroso e feliz. Mas, vigor sem estímulo não se torna ativo; Exu se complementa com a qualidade de Pomba-gira (o desejo, o estímulo) e vice-versa. Pomba-gira é a própria iniciativa em si. É o lado feminino. O fator desejo de Pomba-gira combina com o fator vigor de Exu.
Na linhagem de Exus encontramos: - Baianos que engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras regiões, tendo a regência direta do Orixá Iansã com uma ligação com os Orixás Oxalá e Oiá;
- Marinheiros que engloba espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério das Águas. Estes espíritos foram em últimas encarnações marinheiros de fato, navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, piratas, etc. Têm a regência direta dos Orixás Iemanjá e Omulu;
- Ciganos que se voltam muito para a magia visando à prosperidade, à união das famílias, ao amor, à cura, à quebra de magias negativas, à superação de preconceitos, de traumas e bloqueios emocionais. Estão sob a regência dos Orixás Egunitá, Oiá e Iansã.
Todos eles manipulam bebidas e um bom charuto, cigarro, cigarrilhas e cigarros de palha, além de serem servidos com farofas apimentadas com carnes e miúdos de frango.
Sua saudação: LAROYÊ, EXU! EXU MODJUBÁ!
Laroyê, Exu significa OLHE POR MIM, EXU!
Modjubá, Exu significa VOCÊ É GRANDE, EU ME CURVO PERANTE A SUA GRANDEZA!
O costume é fazer a saudação e bater palmas com os dedos da mão direita sobre o meio da palma da mão esquerda, numa sequência de três. Bate-se três vezes; três vezes; três vezes.
As cores de magnetização dos Exus são o preto e o vermelho. Para Exu podemos acender velas brancas, pretas e vermelhas; ou bicolor preta e vermelha; ou apenas preta.
A vela preta significa a capacidade de absorver, que Exu tem. A vermelha significa a vitalização que Exu realiza; e a vela branca representa Deus e os Orixás e a neutralização que Exu realiza depois de absorver as negatividades e nos vitalizar.
Seus incensos, pedras e flores variam e estão magneticamente relacionados à linhagem de cada Exu e à irradiação dos Orixás aos quais estão regidos.
LAROYÊ, EXU! EXU MODJUBÁ!