Exus são espíritos humanos que
tiveram várias encarnações, cometendo erros e acertos, como todo ser humano,
mas com um diferencial: se conscientizaram e retomaram o caminho da Lei Divina,
obtendo permissão para se assentarem à esquerda dos Orixás e trabalharem no
auxílio à nossa evolução.
Eles atuam como Guardiões da Lei
Maior. Absorvem e esgotam as negatividades dos seres que se desviaram das Leis
do Criador, em qualquer dos Sete Sentidos da Vida. Depois, vitalizam as
qualidades positivas destes seres e então os neutralizam, deixando seus
magnetismos aptos a que retomem o caminho da evolução.
Os Exus são os Guardiões dos Sete
Orixás Ancestrais, não no sentido de protetores dos Orixás, mas no sentido de
“auxiliares diretos”.
Na Umbanda, em uma Linha à
Esquerda dos Orixás, se apresentam os espíritos Exus, que receberam este nome
porque trabalham na Força, no Poder e no Mistério, manifestando-se entre nós
quando dão consultas, passes, fazem descarregos, cortam magias negativas,
resolvem conflitos, problemas de emprego, etc, de seus consulentes.
Existem Exus trabalhando na
irradiação de todos os Orixás e os seus nomes simbólicos indicam o campo de
ação de cada um e onde devem ser oferendados. Alguns exemplos: Exu das Matas –
irradiação de Pai Oxossi – recebe oferenda nas matas; Exu Caveira – irradiação
de Pai Omulu – recebe oferenda no cemitério, num ponto à esquerda do Cruzeiro;
Exu do Lago - irradiação de Mãe
Nanã – recebe oferenda nos lagos e lagoas;
Exu Porteira – irradiação de Pai
Obaluaiyê – recebe oferenda à direita do Cruzeiro do cemitério. Lembrando que
porteira significa portal, passagem.
Exu do Mar – irradiação de
Yemanjá – recebe oferenda à beira-mar.
São os donos das Encruzilhadas.
Encruzilhada que é o encontro de duas realidades, de duas verdades diferentes,
tais como: matéria e astral; razão e emoção; luz e trevas; ou o encontro de
dois caminhos. Esta é a representação do ponto de força de Exu. Ele está em
todos os caminhos, em todos os lugares e passagens, e não apenas na encruzilhada
de rua, de terra, ou de mata, que no geral são o seu Ponto de Força. Todos os
pontos que marcam a entrada e a saída de uma realidade são pontos de firmeza e
de manifestação de Exu.
Exu é um “mensageiro” que leva os
pedidos das pessoas aos Orixás e traz as respostas; é a grande “boca” pela qual
os Orixás falam com os homens; é o primeiro a receber oferendas, a ser servido
e despachado, para recolher as negatividades e levar embora os problemas e
perturbações.
As entidades Exus atuam no Alto e
no Embaixo, na Direita e na Esquerda, guardando e mantendo a Lei e a Ordem na
Criação. No Embaixo, Exu leva Luz às trevas. Um Exu de Umbanda não é das
trevas. Exu é ativo, mas também passivo e neutro. Guarda a quem faz por merecer
o amparo da Lei Divina (atuação passiva). Mas também intervém como o executor
da Lei contra quem viola as Leis do Criador, para esgotar suas negatividades
(atuação ativa).
Exu não ataca a ninguém. Só
intervém por um comando da Lei Maior, ou quando é ativado magísticamente. Nos
trabalhos religiosos de Umbanda, também a atuação de Exu é sempre delimitada
pela Lei Divina, é sempre para o bem.
Quando incorporam, os Exus são
alegres, falantes, galhofeiros, sarcásticos, irônicos. Tudo isso faz parte do
padrão marcante que assumiram na Umbanda. Sempre estão dispostos a ajudar a
quem os procura.
Também atuam no campo da
reprodução e da sexualidade, absorvendo os desequilíbrios e esgotando os vícios
dos seres que se negativaram neste aspecto. Quando alguém recebe a energia
irradiada por um Exu, sente-se vitalizado, forte, vigoroso e feliz. Mas, vigor
sem estímulo não se torna ativo; Exu se complementa com a qualidade de
Pomba-gira (o desejo, o estímulo) e vice-versa. Pomba-gira é a própria
iniciativa em si. É o lado feminino. O fator desejo de Pomba-gira combina com o
fator vigor de Exu.
Na linhagem de Exus encontramos:
- Baianos que engloba espíritos de antigos Sacerdotes da Bahia e de outras
regiões, tendo a regência direta do Orixá Iansã com uma ligação com os Orixás
Oxalá e Oiá;
- Marinheiros que engloba
espíritos que trabalham no auxílio a encarnados e desencarnados, a partir do
seu magnetismo aquático e de seus conhecimentos sobre a manipulação do Mistério
das Águas. Estes espíritos foram em últimas encarnações marinheiros de fato,
navegadores, oficiais, pescadores, povos ribeirinhos, canoeiros, piratas, etc.
Têm a regência direta dos Orixás Iemanjá e Omulu;
- Ciganos que se voltam muito
para a magia visando à prosperidade, à união das famílias, ao amor, à cura, à
quebra de magias negativas, à superação de preconceitos, de traumas e bloqueios
emocionais. Estão sob a regência dos Orixás Egunitá, Oiá e Iansã.
Todos eles manipulam bebidas e um
bom charuto, cigarro, cigarrilhas e cigarros de palha, além de serem servidos
com farofas apimentadas com carnes e miúdos de frango.
Sua saudação: LAROYÊ, EXU! EXU
MODJUBÁ!
Laroyê, Exu significa OLHE POR
MIM, EXU!
Modjubá, Exu significa VOCÊ É
GRANDE, EU ME CURVO PERANTE A SUA GRANDEZA!
O costume é fazer a saudação e
bater palmas com os dedos da mão direita sobre o meio da palma da mão esquerda,
numa sequência de três. Bate-se três vezes; três vezes; três vezes.
As cores de magnetização dos Exus
são o preto e o vermelho. Para Exu podemos acender velas brancas, pretas e
vermelhas; ou bicolor preta e vermelha; ou apenas preta.
A vela preta significa a
capacidade de absorver, que Exu tem. A vermelha significa a vitalização que Exu
realiza; e a vela branca representa Deus e os Orixás e a neutralização que Exu
realiza depois de absorver as negatividades e nos vitalizar.
Seus incensos, pedras e flores
variam e estão magneticamente relacionados à linhagem de cada Exu e à
irradiação dos Orixás aos quais estão regidos.
LAROYÊ, EXU! EXU MODJUBÁ!