“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um, pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria: a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a
outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro, a operação de
maravilhas; a outro a profecia; e a outro, o dom de discernir os Espíritos; e a
outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das línguas”
(Coríntios, cap.12,7-10).
Pelo que acima foi descrito, podemos notar que a mediunidade não é um
privilégio e nem uma invenção do Espiritismo. A própria Bíblia refere-se às
manifestações diversas de suas passagens. Portanto a mediunidade sempre
existiu.
O espiritismo simplesmente trouxe os ensinamentos capazes de nos orientar
a tirar proveito da mediunidade, no sentido de fazer dela um instrumento
moralizador e de libertação dos Espíritos.
Sendo uma sensibilidade existente em todo ser humano, a mediunidade é uma
manifestação proveniente de uma ligação do corpo carnal com o períspirito,
sendo assim uma janela entre o mundo espiritual e o mundo terreno.
A mediunidade pode ficar oculta nas pessoas por toda a vida, como também
pode aflorar de uma hora para outra, mansa ou repentinamente, causando
transtornos na saúde, vida sentimental e na vida profissional. Dependendo da
sensibilidade de cada médium, o que varia de pessoa para pessoa.
Portanto, a mediunidade é um dom que precisamos aprender e controlar, e
que precisa ser disciplinada através do uso do Desenvolvimento Mediúnico.
Pessoas de moral inquestionável podem nada ter ou nada perceberem,
enquanto pessoas de moral duvidosa podem possuir fortes faculdades mediúnicas.
Ressaltamos que o médium que não trabalha em sua própria edificação, ou
seja, não trabalha para o bem, torna-se presa fácil para os maus espíritos,
colocando em risco a sua própria vida e seus negócios, como também a de outras
pessoas.
A prática da mediunidade no Espiritismo não tem como meta somente a
produção de fenômenos físicos, destinados a despertar os incrédulos, ou curar
enfermidades carnais e espirituais através da Misericórdia Divina. Ela serve
para alertar o ser humano de que ele é algo mais do que matéria, mostrando-nos
que colhemos tudo o que plantamos.
Uma prática de vida egoísta e orgulhosa nos conduz ao sofrimento. Uma
conduta pautada nas orientações do Evangelho, encaminha-nos para o equilíbrio e
a verdadeira felicidade.
Para aflorar sua mediunidade possibilitando à incorporação, o homem além
de deseja-la, deve estar preparado.
Para isso, existem cursos de Desenvolvimento Espiritual nos Centros
Espíritas, onde os médiuns iniciantes recebem as lições necessárias ao seu
desenvolvimento mediúnico. Fazem parte desses cursos o estudo do Evangelho, da
Doutrina Espírita e Magias do
Espiritismo.
Médium é aquele que está no meio de algo, aquele que intermedia, que
recebe e transmite.
Segundo os doutrinadores espíritas, os médiuns podem ser divididos em
duas grandes categorias. Os médiuns de efeitos físicos e os médiuns de efeitos
intelectuais.
Os médiuns de efeitos físicos são dotados de faculdade capaz de produzir
efeitos materiais ostensivos e são divididos em dois grupos.
Os facultativos, que têm a consciência dos fenômenos que produzem; e os
involuntários, que não possuem a consciência de suas faculdades e são usados
pelos Espíritos para promoverem manifestações sem que o saibam.
Os médiuns de efeitos intelectuais são dotados de faculdades que produzem
comunicações inteligentes, com as quais é possível aprender conceitos morais e
filosóficos. Essas manifestações nos ajudam a entender o mundo invisível e o
estilo de vida que levam os seus habitantes.
Os médiuns de efeitos intelectuais se destacam em médiuns sensitivos,
auditivos, falantes, videntes, sonâmbulos, curadores, escreventes e
incorporativos.
Os médiuns incorporativos são aqueles em que a mediunidade sintoniza a
vibração da Entidade e essa vibração toma conta de todo o seu corpo. A sintonia
é mental, produzindo uma incorporação parcial ou uma incorporação integral.
Na incorporação parcial, o médium fica consciente, ele sabe que está ali.
Sente, observa, mas não domina o corpo nem controla o seu raciocínio.
Na incorporação integral, o médium fica totalmente inconsciente, pois há
uma perfeita sintonia com a vibração da Entidade. Não há possibilidade de interferência
e, ao desincorporar, o médium não vai se lembrar de nada do que se passou.
Os médiuns de incorporação, médiuns da corrente, cambonos e todos os
demais participantes do grupo, devem estar sempre envolvidos e comprometidos
com os projetos e objetivos da Casa.