18ª Aula - B A N H O S C O M E R V A S

                                   
O poder propiciatório e de cura dos banhos feitos com ervas e raízes é conhecido há milênios. Os povos africanos e orientais já conheciam e utilizavam de suas propriedades.
Os vegetais atuam como condensadores das energias vitais provenientes do Sol que é o nosso centro de luz e vida.
De um modo geral, todas as ervas captam, armazenam e condensam a energia vital.
A planta, além do planeta que recebe influência, sente ainda a do Sol e a da Lua, correspondentes ao dia e à noite. As ervas, raízes, frutos e folhas têm a sua regência planetária, que deve ser identificada ora com a vibração planetária do médium ou iniciado, ora com as das entidades protetoras.
A utilização das ervas, especialmente para os banhos, sempre teve as mais variadas finalidades, tais como a preparação da noiva para as núpcias, a proteção contra doenças, mau olhado, infortúnios, inveja, atração, energização, prosperidade, afastar obsessores, etc.
Os africanos, de um modo geral, inseriram em seus cultos religiosos o ritual de banhar-se para preparar o iniciado para servir ao Santo, bem como para proteger-se dos males cotidianos, assim como também para abrir caminhos e livrar-se da influência de energias negativas.
Na lendária Índia, as multidões são levadas a banharem-se nas águas do Rio Ganges cumprindo religiosamente, parte de um ritual que consideram sagrado.
Já os Essênios possuíam o conhecimento das propriedades das plantas, seja para a parte das doenças do corpo físico, seja para as do corpo astral, sendo que para o corpo astral eram considerados como pontos básicos, em seu ritual ou liturgia.
Estando incorporados nos nossos costumes e tradições de origem afro-brasileira, os banhos de ervas também estão inseridos em outras religiões e diversas sociedades de natureza esotérica, sendo sua prática constante e diversificada.
É importante ressaltar que os banhos dependem do conhecimento e uso das ervas e raízes, como também das suas qualidades e afinidades.
Torna-se importante saber que as ervas e raízes devem ser colhidas na época, dia e hora relacionadas com as vibrações afins, como também o modo de preparar e executar os banhos.
A aquisição das ervas e os respectivos banhos devem ser sempre indicados pelas Entidades.
Cada Linha de Orixá possui as suas espécies de ervas, senão vejamos:
Arruda, erva cidreira, alecrim do mato, hortelã, arnica da horta - Linha de Oxalá , regidas pelo Sol.
Picão do mato, chapéu de couro, erva quaresma, folhas de lágrimas de Nossa Senhora, unha de vaca – Linha de Iemanjá , regidas pela Lua.
Amoreira (folhas), erva abre caminho, alfazema, manjericão, salsaparrilha – Linha de Erê, regidas por Mercúrio.
Maria- nera, limoeiro (folhas), café (folhas), mangueira (folhas), erva lírio, erva moura – Linha de Xangô, regidas por Júpiter.
Losna, comigo ninguém pode, romã (folhas), espada de ogum, macaé, jurubeba (folhas) – Linha de Ogum, regidas por Marte.
Malva rosa, mil folhas, sabugueiro, funcho, grama barbante, gervão roxo – Linha de Oxóssi , regidas por Vênus.
Eucalipto (folhas), cipó caboclo, vassoura preta, vassoura branca, tamarindo (folhas), mal com tudo – Linha dos Pretos Velhos, regidas por Saturno.
Na Umbanda, os banhos são geralmente recomendados para serem tomados do pescoço para baixo.
São várias as espécies de banhos e suas respectivas finalidades.
No ritual de Umbanda encontramos banhos para três finalidades, que embora se distinguindo, entrosam-se para um só objetivo que é o espiritual.
Banho de eliminação ou descarga: destina-se à limpeza astral das larvas, oriundas da baixa magia e atrações negativas, cuja precipitação de fluidos se choca de aura a aura repelindo os espíritos obsessores. São para pessoas que estão carregadas de maus fluidos e influências negativas, sentindo o corpo cansado sem terem feito grandes esforços físicos, mal estar frequente, dores na nuca, costas e pernas, bocejando sem sono, falta de iniciativa, falta de ânimo, tropeços na vida, instabilidade emocional, nervosismo em excesso, etc.
Banho de fixação ou ritualístico: serve para vitalizar, fixar e precipitar os fluidos próprios à mediunidade ativa, no corpo astral, afins às Entidades atuantes e incorporantes. Este banho é exclusivo aos médiuns e iniciados do terceiro e segundo graus.
Banho de elevação ou litúrgico: deve ser exclusivo aos médiuns e iniciados do primeiro grau e tem por objetivo incentivar ou elevar os fluidos afins às vibrações superiores, ao máximo equilíbrio entre a aura do corpo mental ou entidade de guarda, e a aura do corpo astral.
O banho de ervas deve ser preparado em infusão. Numa panela própria, coloca-se aproximadamente 1 litro e meio de água para ferver. Quando a água estiver fervendo, apaga-se o fogo, coloca-se a erva (sempre em número ímpar) previamente lavada dentro da panela, tampando-a. Deixe a erva na panela por algum tempo, de modo que a água possa absorver toda a vibração nela contida. Em seguida devem-se coar as ervas e após o banho de higiene normal, despejar a infusão do pescoço para baixo, no sentido das costas e do peito.
As ervas utilizadas devem ser descartadas de acordo com a indicação das Entidades.
As roupas a serem utilizadas após o banho devem ser claras, e de preferência de cor branca.