11ª Aula - P E R I S P Í R I T O


                      
“Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito” (Allan Kardec, em o Livro dos Espíritos, parte 2, cap. 1 questão 93).
Por ter sido o termo criado pelo Espiritismo, ninguém melhor que Kardec para defini-lo. É por seu intermédio que se operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria tangível e que, por essa razão, parecem sobrenaturais.
Quando as coisas espirituais escapam aos sentidos corpóreos, é através do perispírito que o espírito percebe, pois é o períspirito o órgão sensitivo do espírito.
O homem é formado por corpo físico, perispírito e espírito. O desencarnado é formado por perispírito e espírito.
Sendo o envoltório semimaterial do espírito, o perispírito é também denominado de corpo fluídico ou corpo espiritual.
Semimaterial, de natureza intermédia entre o espírito e o corpo. É preciso que seja assim para que os dois possam se comunicar um com o outro. Por meio desse “laço” é que o espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.
Tem sua origem no fluido cósmico universal, retirado do mundo ou plano ao qual o espírito está relacionado.
O perispírito liga o espírito à matéria e a ele serve de instrumento para agir sobre o plano material. Guarda os registros dos efeitos de toda ação e os envia ao Espírito. É o arquivo definitivo de todas as passagens da entidade pelo processo evolutivo. Permite que os Espíritos se identifiquem e reconheçam uns aos outros, no plano espiritual. É, portanto, o guardião fiel, o acervo imperecível do nosso passado.
Enfim, o perispírito é o molde, a fôrma do corpo material. Para que ocorra a encarnação do espírito, um laço fluídico (que é uma expansão do perispírito) se liga ao óvulo fecundado e vai permitindo a multiplicação das células, dirigindo a formação do corpo.
Quando o corpo se completa, está inteiramente ligado ao perispírito, molécula a molécula.
Durante a encarnação o perispírito serve de intermediário entre o espírito e a matéria transmitindo ao espírito as impressões dos sentidos físicos e comunicando ao corpo as vontades do espírito.
Quando o corpo físico morre, o perispírito dele se desprende e continua a servir ao espírito, como seu corpo fluídico. É o intermediário entre o plano espiritual e o material.
Segundo Kardec, geralmente a aparência que o perispírito guarda é a da última encarnação, podendo ser modificada porque a substância sutil do perispírito é maleável e plasmável. Portanto ele é mutável, evoluindo e adaptando-se a cada plano espiritual.
O perispírito acompanha o espírito sempre, em todas as etapas de sua evolução. Torna-se mais etéreo (puro, sublime) à medida que o espírito se aperfeiçoa e eleva.
Nos espíritos puros, já tornou tão etéreo que, para os nossos sentidos, é como se não existisse.
Conforme a evolução do espírito, seu perispírito apresenta diferentemente o peso, a densidade e a energia.
O peso é o que fixa o perispírito a um plano de vida espiritual em companhia dos que lhes são semelhantes.
A densidade é que responde pela sua maleabilidade.
A energia revela-se na luminosidade e irradiação. Ela é maior quanto mais evoluído for o espírito.
Quando dizemos “espírito de luz”, refere-se ao espírito que já apresenta considerável grau de evolução.
Espíritos inferiores tem perispírito mais grosseiro e, por isso, ficam imantados ao mundo que habitam, sem poderem alçar a planos mais evoluídos.  Alguns chegam a confundir seu perispírito com o corpo material e podem experimentar sensações comparáveis às do frio, calor, fome, cansaço.
Os espíritos superiores, ao contrário, podem livremente ir a outros mundos, fazendo modificações em seu perispírito, para adaptá-lo ao tipo fluídico do mundo aonde vão.
Quando através do sono ou do desdobramento mediúnico o espírito vai ao plano espiritual, é através do laço (expansão do perispírito) que somos identificados como encarnados, pois este prende o perispírito ao corpo físico.
Afirmam os Espíritos que durante o sono, afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.
Durante o sono esse laço se afrouxa e na morte ele é rompido. A alma é liberta parcialmente do corpo, durante o sono. Quando dorme, o homem se acha por algum tempo no estado em que fica permanentemente depois que morre.
Portanto concluímos que perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual.