Lembra-te
mais de ti mesmo, no que tange à tua perfeição espiritual. Dentro dos
teus inúmeros afazeres podes observar os próprios feitos e analisar o
que não deve ser feito.
A
caridade contigo mesmo é aquela que não te deixa na inutilidade.
Haverás de te lembrar isoladamente de ti apenas nos momentos das
corrigendas, que podem ser muitas. Quando os pensamentos divagarem no
ambiente inferior, cuida deles, aplicando a ti as devidas disciplinas.
Quando a palavra se esquecer da educação, usa a energia contigo mesmo,
corta todas as arestas dos falsos conceitos, que o teu coração te dará a
luz necessária para a tua vida.
Acostumamo
- nos a não enxergar o mal que fazemos aos outros. Entretanto, a nossa
antena registra qualquer agressão que vem da parte de nossos
semelhantes. Esquecemos a justiça e tapamos os ouvidos quando os erros
saem dos nossos atos. Invertemos todos os dias os polos para o lado que
nos favorece. É bom que nos cientifiquemos de que não enganamos a Deus.
Em todos os lugares em que estivermos estamos sendo vistos e
fotografados pela luz astral, sendo as fichas recolhidas à contabilidade
divina, de maneira a nos encontrarmos sempre com as nossas criações a
nos disciplinarem e a nos ajudarem a viver melhor.
Lembrarmo
- nos de nós mesmos não é usurpar o alheio, não é ajuntar os bens
terrenos, não é nos defender pelos processos do engano, não é iludir os
semelhantes com as nossas velhas manhas. Esses fatos são inventivas
falsas que nos trazem aborrecimentos sem conta e problemas inumeráveis.
Cuidar de nós mesmos é entender a auto educação e a fervente disciplina
nos nossos impulsos inferiores, de maneira a nos abrandarmos nos
pensamentos, palavras e atos, respeitando os direitos alheios e
facilitando aos outros entenderem as nossas necessidades.
A
maior conquista é a dos bens imperecíveis do espírito. E esse processo
requer muita meditação, trabalho e inteligência, para que o amor nos
favoreça a forma necessária no exercício da educação interna. Se já
conheces as leis que regulam a vida, como o que deres, receberás, o que a
razão te inspira a dar? Certamente que tudo o que escolheres para o teu
próprio bem deves desejar para o teu próximo. Deves lembrar - te mais
de ti mesmo, incluindo teus irmãos para gozarem do que gozas, para
vestirem o que vestes, para beberem o que bebes e para morarem como
moras, para comerem do que comes. E, em tudo o que quiseres de melhor,
não te esqueças daqueles que viajam contigo no grande barco da vida,
pois eles são tua própria pessoa em lugares diferentes, porem, com os
mesmos destinos. Nas tuas orações, lembra - te dos que sofrem, dos que
não estão sofrendo e dos que vão sofrer. Lembra - te de todos e de tudo,
que essa disposição do teu íntimo formará um campo de força em torno do
teu coração, onde poderás alimentar e construir a tua paz.
Lembra
- te mais de ti mesmo, corrigindo teus maus hábitos, eliminando teus
vícios, cortando as más conversações e dando rumo certo aos teus
sentimentos. Lembra - te de ti mesmo, com mais ênfase, ajudando aos que
te procuram.
João Nunes Maia – “Cirurgia Moral”