23 de julho de 2012

A ASSISTÊNCIA NA UMBANDA

A Umbanda e a Assistência
A Umbanda é uma religião de cunho assistencialista. Esse fato se fundamenta primeiramente nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que em sua infindável sabedoria nos ensinou que devemos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos” e que devemos fazer aos nossos irmãos aquilo que esperamos que seja feito por nós. A Umbanda é, assim, em primeiro lugar uma religião baseada nos ensinamentos cristãos.
A Umbanda também acredita, como outras religiões, que nós, filhos de Deus, estamos em um contínuo movimento de evolução. Estamos a todo instante agindo e sofrendo a ações que tendem a nos projetar para frente no plano moral e no plano espiritual. Assim, como uma forma de nos depurarmos de erros passados e de encontrarmos engrandecimento espiritual, devemos seguir o caminho da humildade, da caridade e do perdão, tentando ajudar irmãos a amenizar seus sofrimentos materiais e espirituais, quando possível. 
Não somente nós encarnados, mas também espíritos de desencarnados estão envolvidos nesta responsabilidade de ajudar aos menos afortunados em um ciclo constante onde os mais evoluídos ajudam os menos evoluídos a galgarem os degraus da evolução. 
Nesse aspecto, a Umbanda se baseia não só nos ensinamentos cristãos como também as premissas do Espiritismo de Allan Kardec. É fato inclusive, que no Brasil, o Espiritismo assumiu, com nomes como Bezerra de Menezes e Chico Xavier, uma forma mais assistencialista de trabalho do que a primitiva matiz científica oriunda da França.
A Umbanda, finalmente acredita em tronos vibracionais, ou ainda Orixás, ou ainda Reinos de Energia da Natureza, cuja divina função é trazer para cada um de nós o equilíbrio vibracional, moldando vícios em virtudes, anulando más tendências e intensificando as boas qualidades.
                                                  
                                

A Assistência em um culto de Umbanda
Considerando que o assistencialismo é uma das facetas da religião Umbanda, chegamos a uma pergunta que embora pareça, não é tão fácil de responder. Como a assistência se inclui no culto da Umbanda?
A caridade em uma casa de Umbanda é realizada de muitas formas, dependendo do funcionamento da casa. Em primeiro lugar, podemos considerar a caridade que se presta a espíritos desencarnados que visitam esse local a fim de encontrar
conforto, orientação e paz.
Por esse mesmo motivo, algumas casas de Umbanda em suas sessões (que é como são chamados os rituais ou cultos de Umbanda) compreendem uma preparação especial para que sistematicamente ou eventualmente (dependendo da sessão e da casa) se possa receber a visita destes espíritos e se possa prestar a devida caridade a eles.
Outro ponto a se considerar, falando de caridade, é o que se presta aos próprios filhos de santo da casa (conhecidos também, entre outros nomes, como filhos de fé). Essas pessoas, em geral médiuns (das mais variadas aptidões mediúnicas) podem encontrar na casa, em seus irmãos, e nas figuras de chefia, a orientação necessária e a força indispensável para lidar com sua espiritualidade, e direcioná-la para o bem.
Finalmente, as casas de Umbanda também se destinam a fazer caridade a uma comunidade de pessoas que não pertence ao corpo de trabalho da casa. Nesta categoria de assistencialismo, o qual é o principal motivo deste texto, costumam se basear a maioria das sessões de trabalho das casas de Umbanda.
Colocando à parte rituais fechados (como Batismos, Festas, Rituais de Limpeza, etc.), a grande maioria das sessões de Umbanda são abertas à comunidade. Em um lugar característico das casas de Umbanda, conhecido como assistência, as pessoas da comunidade (ou mesmo pessoas que venham de localidades distantes), que não pertencem ao corpo de trabalho da casa, observam os cultos ritualísticos de uma sessão e se beneficiam dele.
Assim, as pessoas da assistência são defumadas, e após as incorporações dos médiuns, são convidadas a adentrar o terreiro para receberem passes e se consultarem com as entidades (exus, caboclos, pretos-velhos, crianças, mestres do oriente, etc).
Uma pessoa da assistência pode receber caridade de várias formas, como: descarga, desobsessão, conselhos sobre questões materiais ou espirituais, emanações curativas, etc.
Outros tipos de serviços à comunidade não relacionados estritamente com os cultos da casa podem também ser realizadas. Algumas casas de Umbanda oferecem, por exemplo, parte ou todo o seu espaço físico para realização de palestras ou cursos de interesse da comunidade. Também podem ser feitas campanhas de arrecadação de recursos (como alimentos ou
agasalhos). Podem ser ainda oferecidos materiais de estudos sobre a religião Umbanda e os seus rituais.
Uma questão importante discutida em algumas casas de Umbanda sobre as sessões fechadas à assistência.
A Umbanda como já foi dito, tem a missão de propagar uma mensagem de amor e caridade. Por isso; porque essa mensagem tem que ser propagada, ela não pode ficar limitada apenas aos adeptos do culto, ou seja, ao corpo mediúnico. A caridade deve ser oferecida a todos aqueles que precisam dela.
Por outro lado, sabemos que uma máquina não pode funcionar sem manutenção. Por isso, acredito que às vezes é melhor que se façam sessões fechadas (para desenvolvimento dos médiuns, limpeza espiritual da casa e dos médiuns, etc.) para que se possa oferecer uma casa e um corpo de trabalho bem preparados, para prestar a caridade à assistência em sessões abertas.

                          
A influência da Umbanda na Assistência e a influência da Assistência na Umbanda
Duas questões polêmicas nas quais as casas de Umbanda estão envolvidas sobre a assistência é qual o papel de fato da
Umbanda na vida das pessoas que freqüentam seus rituais e ao mesmo tempo, qual deve ser a postura de uma pessoa enquanto participante da assistência em um ritual de Umbanda. Estas duas questões, acredito, guardam íntima relação entre si.
A primeira questão tenta descobrir como as pessoas que participam de assistências de cultos de Umbanda, vêem esses
cultos e a própria Umbanda. O que destes cultos e das vivências neles apreendidas, elas levam para suas vidas cotidianas? Como essas pessoas se definem em termos de religião?
É certo que não podemos generalizar. Assim como em qualquer coletividade, também em uma assistência estarão presentes pessoas com pensamentos, anseios e posturas diferentes. Mas a questão que se impõe é se é necessário que essas pessoas tenham um mínimo de conhecimento do que é a Umbanda e seus cultos. E se realmente precisam enxergar a Umbanda como religião e até mesmo como a religião delas.
Uma premissa muito importante enunciada pela Umbanda é que não se deve negar ajuda a ninguém. Assim, partindo deste princípio não podemos cobrar de uma pessoa que se ela freqüenta os cultos de uma casa de Umbanda, ele se declare como Umbandista.
Sabemos que a Umbanda ainda sofre de muitos preconceitos, e que decorrente disso muitas pessoas que freqüentam cultos de Umbanda têm medo de serem rotulados pejorativamente. Também pela origem multifacetada da Umbanda e também pela premissa de ajudar a todos, não podemos e nem devemos proibir a participação de irmãos oriundos de outros religiões.
Por outro lado, podemos considerar que a falta de identificação pode causar uma falta de compromisso. Por isso talvez, sejam tão comuns as queixas sobre pessoas da assistência que vão às sessões de Umbanda apenas para “pedir coisas” mas não honrem as sessões com comportamentos condizentes com os de uma casa religiosa, ou seja, vestem-se de maneira imprópria, conversam em momentos inoportunos, entre outras coisas.
Algumas pessoas apenas visitam uma casa de Umbanda quando estão com problemas. Isso significa que não fazem da
Umbanda uma opção religiosa constante. Utilizam as sessões de Umbanda como “fast-food de consulta”, isto é, quando precisam, vão até lá, pedem o que precisam e vão embora abandonando o local até que a próxima necessidade os faça regressar.
Outras há que vão apenas aos dias de festas. Elas podem estar encarando a Umbanda como uma bonita manifestação da “cultura popular brasileira”, ou seja, uma atração turística ou ainda “coisa para inglês ver”. Visitam, acham bonito, mas não apreendem o real significado da religião praticada ali.
A outra questão, também de extrema importância, é o que a participação da assistência contribui para a sessão. Uma
assistência participativa tem o mesmo resultado para uma sessão do que uma assistência apática? O que é mais interessante
para a Umbanda, uma assistência ignorante sobre os conhecimentos (pelo menos as bases da religião) ou uma assistência consciente do que são os rituais (como momentos de uma sessão, pontos cantados em cada momento, etc) e dos porquês destes rituais.
Eu penso que essas duas questões estão inter-relacionadas porque acho que quanto mais as pessoas que compõem
uma assistência estão integradas no culto, tão mais elas respeitarão este ritual, participando ativamente dele, entendendo como e porque devem se comportar a cada momento.
Elas entenderão melhor que a religião não se pratica somente dentro dos templos, mas em todo o lugar. Elas
aprenderão que também elas têm a responsabilidade de fazer a caridade e semear a paz e amor ao próximo.

(M.S.C. - Um Trabalhador Humilde)
Fonte http://cethrio.vilabol.uol.com.br/

17 de julho de 2012

KARMA E DHARMA


A palavra de origem sânscrita “KARMA” significa em si mesma, lei de ação e conseqüência.
O KARMA (kar= agir, fazer ; ma= efeito, ação) tem como significado básico "Ação", que gera uma reação, o que mais tarde Newton traduziu como uma das leis básicas da física: "toda ação corresponde a uma reação igual e em sentido contrário".
Dessa forma, o karma pode ser considerado como o destino, a colheita, conseqüência do que nós mesmos criamos e semeamos. Expressa, portanto , o encadeamento das causas e efeitos, garantia da ordem do universo.
Mas como o karma é a própria formação do destino (do latim destinare= fixar previamente, determinar com antecipação), temos nosso destino nas mãos, não precisamos temer o novo, pois temos o livre-arbítrio para conquistá-lo.
O DHARMA, palavra que significa lei, dever, direito, justiça, designa a bagagem moral, intelectual e espiritual que o homem possui na vida presente, fruto do trabalho evolutivo de encarnações anteriores. É o resultado da aquisição individual em material pronto para se expandir. É o potencial para a vivência do karma.
Sendo assim, como o passado sempre encontra o futuro, o karma também pode ser entendido como a conseqüência futura da utilização do dharma, evidenciando que o que se planta hoje, colhe-se amanhã.
Por isso o dharma é a tarefa a ser executada nessa vida, e que foi legada à Alma por seu próprio arbítrio. É a retidão, conformidade à ordem cósmica, lei que rege nossa natureza essencial. Caracteriza então a possibilidade de evolução do homem no presente. Tanto revela o que foi aprendido e deve ser revisto como o que inexiste nele, as qualidades ainda não assimiladas. É, portanto a chave para a compreensão da missão do ser nessa vida.
E para julgar nossas ações existe nos mundos superiores o Tribunal da Justiça Divina, que também chamamos de Lei Divina, composto por seres superiores, mestres de consciência desperta cuja função é pesar nossas ações e aplicar de forma justa a sentença.
Segundo as Escrituras Sagradas, existem vários tipos de Carma:
Individual: quando é aplicado especificamente a uma pessoa (é importante ressaltar que nem todo sofrimento ou acontecimento desagradável é cármico, pois devido a nossa inconsciência podemos causar diretamente nosso sofrimento. Por exemplo, uma pessoa que é atropelada após atravessar uma rua sem a devida atenção).
Familiar: quando é aplicado de tal forma que afeta toda uma família.
Regional: quando é aplicado em determinada região.
Nacional: é uma ampliação do carma regional. Temos o exemplo de países que são assolados pela guerra, ditaduras, misérias, desastres naturais, etc.
Mundial: quando é aplicado a toda humanidade. Temos o exemplo das guerras mundiais, atualmente vemos os problemas econômicos mundiais, iminência de guerra nuclear, grandes desastres naturais, etc.
Katância: é o carma mais rigoroso, que é aplicado aos Mestres, que apesar de suas inúmeras perfeições, podem cometer erros e serem penalizados.
Kamaduro: que é o carma aplicado a erros graves, assassinatos, emboscadas, torturas, etc. Esse tipo de karma não é negociável e quando é aplicado vai inevitavelmente até as suas consequências finais.
Karmasaya: esse carma também não é negociável e é aplicado quando a pessoa comete adultério. Nas escrituras sagradas está escrito que “todo pecado será perdoado, menos o pecado do adultério.
O karma é o somatório das tendências da Alma, bagagem adquirida no trilhar da Evolução Espiritual durante as várias encarnações, portanto também são nossos maiores dons, potencialidades já trabalhadas, e que, estão prontas para serem doadas nessa vida, e por isso pode nos proporcionar grandes realizações.
O karma se torna negativo e difícil quando é um vício da Alma, um padrão cristalizado, um hábito, um caminho que a Alma não quer deixar de trilhar porque está apegada, seja por acomodação, ignorância ou pelo simples medo do novo.
Não podemos esquecer, que nesta fase de evolução planetária, é muito importante é o aprendizado do livre-arbítrio, o uso sábio da capacidade de fazermos nossas escolhas, para que possamos aperfeiçoar nosso Ser Crístico.
O termo Cristo é de origem grega (Krestòs), e significa Herói Solar, designando o Iniciado que, assim como o sol, que no centro do sistema centraliza os planetas nas suas órbitas, ao seu redor, tem a capacidade de centralizar seus corpos físico, emocional e mental, encaminhando assim suas atitudes com equilíbrio, portanto é um sábio diante do seu destino.
Essa é a possibilidade que se abre por estarmos nessa roda do karma, encadeando causas e consequências que podem nos levar à mestria do Cristo. Aceitar o dharma e se perdoar diante dos medos e das falhas, renova e floresce a Alma no seu processo de amadurecimento espiritual.

Saravá!